Silêncio aqui dentro

É como aquele momento que é preciso dizer alguma coisa, mas tudo fica preso na garganta. Estou assim e já nem quero saber por que.

quero ficar um pouco quieta no meu cantinho. Meu lar, minha casa.

Já voltei de Porto Alegre, fiquei encantada com a cidade, as pessoas, tudo! Deu até vontade de morar lá! Tirei algumas fotos, vou colocar aqui depois.

Comprei o livro ‘Outros Escritos’, da Clarice Lispector. Gosto de ler o que os consagrados escreviam quando eram simples mortais…rs

Ah, me desculpem a falta de assunto. minha cabeça está fazia. Outros chamam isso de meditação, que seja.

Caio Fernando Abreu

Estou blefando com este cara a tempos, mas agora deixei de lado a preguiça e fui até ele. As duas primeiras compras foram: Melhores Contos e Triângulo das Águas.

“De repente cruzadas ali, por puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho ou água, entre casquinhas de pão e cinzeiros cheios que os garçons rapidamente esvaziavam para que nos sentíssemos limpos. E nos sentíamos.”

“Eu conheci razoavelmente bem Clarice Lispector. Ela era infelicíssima, Zézim. A primeira vez que conversamos eu chorei depois a noite inteira, porque ela inteirinha me doía, porque parecia se doer também, de tanta compreensão sangrada de tudo. Te falo nela porque Clarice, pra mim, é o que mais conheço de GRANDIOSO, literariamente falando. E morreu sozinha, sacaneada, desamada, incompreendida, com fama de “meio doida”. Porque se entregou completamente ao seu trabalho de criar. Mergulhou na sua própria trip e foi inventando caminhos, na maior solidão. Como Joyce. Como Kafka, louco e só lá em Praga. Como Van Gogh. Como Artaud. Ou Rimbaud.”